segunda-feira, 1 de setembro de 2014
Amores
Possíveis?
“A
vida é a arte de encontro, embora haja tantos desencontros pela vida.” (Vinícius
de Morais).
A proposta de nossa jornada
é compartilharmos nossas histórias de amor. Compartilharmos nossos desejos,
afetos, medos e fantasias num encontro de amor e arte.
Quem é esse homem que amo?
O que pensa minha amada?
Você é você ou você é o
outro?
Quem sou eu quando estou
apaixonado?
Essas e outras questões
estão presentes em nossas vivencias amorosas. Acreditamos que se homens e
mulheres compreendessem os mecanismos psicológicos que atuam por trás das
diversas formas de amar, criariam novas possibilidades de relacionamentos,
tanto com os outros como consigo mesmo.
Usamos a expressão artística
e a riqueza de mitos amorosos para desvendarmos nossos segredos.
Nessa jornada trabalhamos com o Mito de Eros e
Psique.
O Mito de Eros e Psique
Psique era a mais nova de
três filhas de um rei e era extremamente bela. Sua beleza atraia muitos
admiradores que rendiam-lhe homenagens. Ofendida e enciumada, Afrodite enviou
seu filho Eros para fazê-la apaixonar por alguém, assim todas as homenagens
seriam apenas para ela. Porém, ao ver sua beleza, Eros apaixonou-se
profundamente por Psique.
O pai de Psique foi consultar
o oráculo de Delfos foi, pois suas outras filhas haviam encontrado maridos e
Psique permanecia sozinha. Manipulado por Eros, o oráculo aconselhou que Psique
deveria ser deixada numa solitária montanha onde seria desposada por um
terrível monstro. A jovem aterrorizada foi levada ao pé do monte e abandonada
por seus pesarosos parentes e amigos.
Conformada com seu destino,
Psique foi tomada por um profundo sono e conduzida pela brisa gentil de Zéfiro
a um lindo vale. Quando acordou, caminhou por um jardim até chegar a magnífico
castelo. Parecia que lá morava um deus, tal a perfeição em cada detalhe.
Tomando coragem, entrou no deslumbrante palácio onde todos os seus desejos
foram atendidos por ajudantes invisíveis.
À noite Psique foi conduzida
a um quarto escuro onde pensava que encontraria seu terrível esposo. Quando
sentiu que alguém entrava no quarto, Psique tremeu de medo, mas logo uma voz
acalmou-a e sentiu os carinhos de alguém. O amante misterioso embalou-a em seus
braços. Quando Psique acordou, já havia amanhecido e seu misterioso amante
havia desaparecido. Isso se repetiu por várias noites.
As irmãs de Psique queriam
saber seu destino, mas o amante misterioso alertou-a para não responder aos
seus chamados. Porém Psique sentindo-se solitária em seu castelo-prisão
implorou ao amante para deixá-la ver as irmãs. Finalmente ele atendeu ao
pedido, mas impôs a condição de que não importasse o que falassem as irmãs, ela
nunca deveria tentar conhecer sua identidade, caso isso ocorresse, ela nunca
mais o veria novamente. Psique estava grávida e ela deveria guardar segredo
para que seu filho fosse um deus, porém se ela revelasse a alguém, ele se
tornaria um mortal.
Quando suas irmãs entraram
no castelo e viram tanta abundância de beleza e maravilhas, foram tomadas de
inveja. Notando que o esposo de Psique nunca aparecia, perguntaram
maliciosamente sobre sua identidade. Embora advertida por seu esposo, Psique
viu a dúvida e a curiosidade tomarem conta de seu ser, aguçadas pelos
comentários de suas irmãs.
Ao receber novamente suas
irmãs, Psique contou-lhes que estava grávida e que sua criança seria de origem
divina. Suas irmãs ficaram ainda mais enciumadas com sua situação, pois além de
todas aquelas riquezas, ela era a esposa de um lindo deus. Assim, elas convenceram
Psique a descobrir a identidade do esposo, pois se ele estava escondendo seu
rosto poderia ser um horrível monstro.
Assustada com o que havia
dito suas irmãs, Psique levou uma lamparina para o quarto decidido a conhecer a
identidade do marido. Esquecendo os avisos do seu amante, enquanto Eros
descansava à noite a seu lado, Psique aproximou a lamparina para ver o rosto do
seu amante. Para sua surpresa, ela viu um jovem de extrema beleza e admirada
não percebeu a inclinação da lamparina que deixou uma gota de óleo quente cair
sobre o ombro de Eros.
Eros acordou assustado e
voou pela janela do quarto dizendo: - "Tola Psique, é assim que retribui
meu amor? Depois de haver desobedecido às ordens de minha mãe e tornando-a
minha esposa, tu me julgavas um monstro? Vá, volte para junto de suas irmãs,
cujos conselhos preferiste ouvir. Não lhe imponho outro castigo, senão de
deixá-la para sempre. O amor não pode conviver com a suspeita." No mesmo
instante o castelo, as belezas e os jardins desapareceram.
Inconsolável Psique passou a
perambular pelos bosques tentando encontrar Eros novamente. Resolvida a
reconquistar o amor de Eros, Psique chegou ao templo de Afrodite. Porém a deusa
impôs que ela cumprisse muitas tarefas antes de se encontrar com Eros.
Primeiro ela deveria separar
os milhares de grãos de trigo, cevada, feijões e lentilhas que estavam
misturados, um serviço que iria demorar toda vida para terminar. Psique ficou
assustada diante de tanto trabalho, porém as formigas ajudaram psique e ela
finalizou rápida a tarefa.
Na 2ª tarefa, Afrodite pediu
lã dourada dos ferozes carneiros. Psique foi até as margens de um rio onde
carneiros de lã dourada pastavam e estava disposta a cruzar o rio, quando um
junco ajudou-a e disse-lhe para esperar que os carneiros dormissem, assim não
seria atacada por eles. Psique esperou, depois atravessou o rio e retirou a lã
dourada.
Na 3ª tarefa, Afrodite pediu
água que jorrava de uma fonte da montanha. Porém ali havia um dragão que
guardava a fonte, mas ela foi ajudada por uma águia, que voou baixo próximo a
fonte e encheu a jarra. Vendo que Psique conseguia completar as tarefas,
Afrodite impôs que ela descesse ao mundo inferior e pedisse um pouco da beleza
de Perséfone e guardasse em uma caixa.
Psique não sabia como entrar
no mundo de Hades estando viva e pensou em atirar-se de uma torre. Mas a torre
murmurou instruções, ensinou-lhe como driblar os diversos perigos da jornada,
como passar pelo cão Cérbero e deu-lhe uma moeda para pagar a Caronte pela
travessia do rio Estige, advertindo-a: - "Quando Perséfone lhe der a caixa
com sua beleza, não olhe dentro da caixa, pois a beleza dos deuses não cabe aos
olhos mortais".
Seguindo as instruções,
Psique conseguiu o precioso tesouro. Porém, tomada pela curiosidade, abriu a
caixa para olhar. Ao invés de beleza havia apenas um sono terrível que dela se
apossou. Eros voou ao socorro de Psique e conseguiu colocar o sono novamente na
caixa, salvando-a. Lembrando-lhe que a extrema curiosidade pode ser fatal, Eros
conseguiu que Afrodite concordasse com o seu casamento com Psique.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário